Maria Mãe da Igreja
Na segunda-feira depois de Pentecostes celebramos a Memória da Virgem Maria Mãe da Igreja, introduzida no calendário litúrgico romano pelo Papa Francisco através do decreto Ecclesia Mater publicado em 03/03/2018. Se Maria é mãe de Jesus Cristo que é cabeça da Igreja, se a mãe da cabeça é também mãe do corpo e dos membros, logo não há dúvidas de que ela é mãe da Igreja, título que lhe foi atribuído pelo Papa Paulo VI em 1964 em sessão do Concílio Vaticano II. Muitos teólogos entendem que quando na cruz Jesus entrega João como filho à Sua Mãe e em seguida apresenta ao discípulo amado Maria como mãe: “Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: Mulher, eis o teu filho! Depois disse ao discípulo: Eis a tua mãe!” (Jo 19, 26-27), estava implícito que ela se tornava a mãe de todos os seguidores de seu Filho, portanto, a Igreja. João, naquele momento, personificava todos os pertencentes à comunidade de fé como filhos da Mãe do Salvador. Maria pode ser, espiritualmente, chamada de mãe dos cristãos tendo em vista sua cooperação na obra da Redenção, é o que nos afirma o Catecismo da Igreja Católica:
“Depois de termos falado do papel da Virgem Maria no mistério de Cristo e do Espírito, convém agora considerar lugar dela no mistério da Igreja. "Com efeito, a Virgem Maria (...) é reconhecida e honrada como a verdadeira Mãe de Deus e do Redentor. (...). Ela é também verdadeiramente 'Mãe dos membros [de Cristo] (...), porque cooperou pela caridade para que na Igreja nascessem os fiéis que são os membros desta Cabeça’." (...) Maria, Mãe de Cristo, Mãe da Igreja” (CIC 963). A carta encíclica “A Mãe do Redentor” (MRe), do Papa são João Paulo II, nos confirma que o Concílio Vaticano II, ao apresentar Maria no mistério de Cristo, aprofunda também o conhecimento do mistério da Igreja:
“O Concílio Vaticano II, apresentando Maria no mistério de Cristo, encontra desse modo o caminho para aprofundar também o conhecimento do mistério da Igreja. Maria, de fato, como Mãe de Cristo, está unida de modo especial com a Igreja, «que o Senhor constituiu como seu corpo». O texto conciliar põe bem próximas uma da outra, significativamente, esta verdade sobre a Igreja como corpo de Cristo (segundo o ensino das Cartas de São Paulo) e a verdade de que o Filho de Deus «por obra do Espírito Santo nasceu da Virgem Maria». A realidade da Encarnação encontra como que um prolongamento no mistério da Igreja ― corpo de Cristo. E não se pode pensar na mesma realidade da Encarnação sem fazer referência a Maria ― Mãe do Verbo Encarnado” (MRe 5).