Estamos vivenciando um tempo único e repleto de graças que se derramam sobre nós a fim de resgatar a identidade carismática em nosso meio. A partir disso, é necessário revisitar nossas origens, para perceber o mover do Espírito na história da Igreja e da humanidade. Você que participa da RCCBRASIL há mais tempo já deve ter ouvido falar sobre o “Fim de semana de Duquesne”. Para quem está chegando agora, estamos falando do evento que aconteceu entre os dias 17 e 19 de fevereiro de 1967, no qual 25 estudantes, aproximadamente, acompanhados pelo capelão do campus, que era um padre da ordem do Espírito Santo, dirigiram-se para um centro de retiros chamado “The Ark and the Dove” (em tradução livre, A arca e a pomba), situado na região de North Hills, pertencente à Diocese de Pittsburg.
Entender o que aconteceu naqueles dias é mergulhar nas nossas raízes e resgatar a ação de graças pela Corrente de Graças que é a Renovação Carismática Católica no mundo e na Igreja.
1. A intercessão de Nossa Senhora
Assim como em Pentecostes, quando os apóstolos permaneceram unidos em oração à espera do derramamento do Espírito Santo e com eles estava a Mãe de Deus, o retiro de Duquesne teve seus primeiros momentos pautados na pessoa de Maria. É o que testemunhou Patti Mansfield:
“Foi importante que tivéssemos a atenção dirigida a Maria nos momentos iniciais do nosso retiro. […] Ela estava presente ao pé da Cruz, quando recebemos a nossa Redenção, em Pentecostes, no instante em que nasceu a Igreja. No plano de Deus, era também necessário que Maria estivesse ‘conosco’, explicitamente naquele momento em que passávamos pela experiência de participarmos, naquele fim de semana, de um majestoso movimento do Espírito Santo. Os Padres da Igreja chamam Maria de ‘a esposa do Espírito Santo’. Como poderia ela deixar de estar presente naquela atuação do Espírito de Deus?”
2. A Igreja naquele ano suplicava um Novo Pentecostes
Em 1967, o Papa João XXIII estava dando dava início ao maior evento eclesial da história recente da Igreja, o Concílio Vaticano II. Na ocasião, ele proferiu a seguinte prece: “Renova os teus milagres neste nossos dias, como em um novo Pentecostes. Permita que tua Igreja, unida em pensamento e firme em oração com Maria, a Mãe de Jesus, possa prosseguir na construção do Reino do nosso Divino Salvador, reino de verdade e de justiça, reino do amor e da paz. Amém”. Ali nascia uma súplica que atingia os céus, e misteriosamente era atendida no evento que acontecia bem longe de Roma, em Pittsburgh, com os universitários de Duquesne.
3. Era para ser uma festa de aniversário
Um fato inusitado é que na noite em que os jovens reunidos em retiro vivenciaram a efusão do Espírito, a programação era de uma festa. Segundo os relatos de Patti, no livro “Como um Novo Pentecostes”, a noite estava reservada para a comemoração de um aniversário, porém os estudantes foram, um a um, se sentindo atraídos para a capela, na qual vivenciaram o derramamento do Espírito Santo e a experiência do Amor de Deus.
4. De palestras sobre o Sermão da Montanha para o Atos dos Apóstolos
Os relatos dão testemunho de que, inicialmente, as palestras que seriam trabalhadas no retiro tinham como enfoque o Sermão da Montanha. Segundo recorda Patty Mansfield, “os dois professores não fizeram nenhuma referência específica ao Batismo no Espírito Santo, mas deixaram transparecer um sentimento de antecipação e de alegria, que era profundo”. Isso deixou a todos na expectativa sobre o que aconteceria nesse retiro.
5. As orações feitas em Duquesne
Algo que chama atenção no fim de semana de Duquesne são as orações de invocação ao Espírito Santo feitas ali. Em cada reflexão, os professores pediam ao grupo que cantassem o hino “Veni Creator Spiritus”, implorando a vinda do Espírito Santo. Isso foi tomando força e fazendo crescer naquele grupo o desejo por uma nova experiência com o Doador dos dons.
publicado originalmente em: https://www.rccbrasil.org.br/blog/2020/06/fim-de-semana-de-duquesne/
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